Uma Vida com Propósitos

Sempre fui adepta da idéia de que a estrada vai além do que se vê. E isso, acredito, é como imagino a minha vida. A estrada deve ser, então, a minha metáfora de vida. A estrada tem muitas curvas, obstáculos, buracos, tem nas margens belas paisagens e afins; a estrada, vez em quando, é reta e plana, sem nenhuma grande surpresa…
Minha vida, essa estrada doida, é mais do que as pessoas podem ver e menos, ainda, do que Deus tem e quer para mim… mas eu tenho a plena certeza de que um dia chego lá.

“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:2 (NVI)

O que eu, Sara, tenho feito de diferente? O que eu tenho feito que realmente não se enquadra no padrão desse mundo? Eu quero que Deus me renove, para que eu possa, com Ele, viver e experimentar a vontade boa, perfeita, agradável dEle na minha vida. E para isso, preciso ser fiel e preciso entender que essa vida é sim um teste e que tudo o que eu fizer aqui vai ter implicação eterna. Sempre fui ferrenha defensora de que TUDO que fazemos, pensamos, enfim… tudo o que nos acontece nessa vida é sim muito importante e nada passa despercebido aos olhos de Deus. Cada simples ato nosso, influenciará, mesmo que não percebamos, direta ou indiretamente no nosso presente/futuro.
E o que eu preciso entender é que Deus não me deixará sofrer ou padecer… Não dará mais lutas do que as que eu posso vencer, Ele sabe até onde posso ir. É meio complicado entender e aceitar isso, mas se eu deixar “apenas Deus ser Deus na minha vida”, o galardão no céu será mais do que eu jamais pensei que serei. Pensa… se eu já sou grata a Deus por Ele, aqui na terra, me dar mais do que eu sonhei e pensei… imagina na Eternidade como será?

“Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa da vida, que Deus prometeu aos que o amam…” Tiago 1:12 (NVI)

Deus nos confia dádivas para cuidarmos e administrarmos. A primeira função dada por Deus aos homens na terra foi a de administrar e cuidar das “coisas” dEle sobre a terra. E é muito importante lembrar que dessa função nós nunca fomos exonerados. Tudo que temos e somos vem dEle, foi feito pelo amor dEle e é simplesmente fantástico imaginar que “Deus-O-Todo-Poderoso” nos confiou tantas coisas. Temos que zelar e estar sempre atentos…
Sempre tive uma coisa comigo… Desde pequena, morro de medo de ficar responsável por coisas ou pessoas, mas, paradoxalmente, sempre fui muito responsável. Tanto é que na ministração do meu casamento, meu pai disse em lágrimas que eu sempre fui muito responsável e que a maturidade na minha vida veio muito rápido, sempre tive que ser a “irmã mais velha”.
“A quem muito foi dado muito será cobrado” e sempre gosto de completar com outro versículo: “Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito…”. Tudo o que eu faço aqui, cada simples tarefa diária terá implicação eterna.

Nossa, hoje eu vejo que Deus confiou muitas coisas em mim. Eu tenho uma importância tremenda na minha família e, por incrível que pareça, eu sempre fui contra essa idéia de ter de ser um alicerce para outras pessoas. Porque, na verdade, eu sempre me achei pequena e sem grande valor. Mas com o passar do tempo, vi que, para mim, orar e lutar pela minha família e por todos aqueles que Deus coloca no meu caminho não tem peso nenhum. Eu sei o que tenho feito com os meus dons e talentos. Não tenho sido a melhor filha e serva… Mas Deus conhece a verdade do coração de cada um. “Tô tentando, Senhor… E vou conseguir no Teu nome e para a Tua honra”.

“Sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar e nada lhe tirar; e isto faz Deus para que os homens temam diante dele.”
Eclesiastes 3:14

Esta vida não é tudo que há.
Começo a ler o quarto capítulo e já tenho a sensação “poxa, Deus… pega leve, mais um ‘soco’ no estômago assim de cara?”. Mas é verdade. Essa vida não é tudo o que há e, sejamos sinceros, quem acha que é só aqui-e-agora não tem noção da grandeza da obra que Deus tem para seus filhos. Muito louco tudo isso, é sério. E quer saber mesmo o porquê? Porque Deus, a cada instante, me mostra que eu sou importante para ele e para o Reino dEle. E, sinceramente, Deus… o Senhor deve ter uma super paciência comigo… Porque ao mesmo tempo em que tento fazer o meu melhor, sei que, na verdade, não estou fazendo nenhum esforço realmente grande por Ti. Isso porque não adianta nada eu dar o meu melhor para esse mundo, para o trabalho, para os meus prazeres carnais e afins. Eu nem preciso fazer tanto assim… mas eu preciso fazer bem feito. Li duas vezes esse capítulo sobre a Eternidade e Deus me tocou de um jeitinho diferente a cada vez que lia essas palavras.

“A terra é um lugar de preparação, a pré-escola, o vestibular para a sua vida na Eternidade. É o treinamento coletivo que ocorre antes do jogo; a volta de aquecimento antes do início da corrida. Esta vida é uma preparação para a próxima…”

Quase todo dia eu acordo, olho para a janela vejo se está frio ou não, olho para o lado e vejo meu marido dormindo… e eu penso: “Obrigada, Deus”. E só. Aí eu levanto e a rotina muda dependendo do clima, do sono e da coragem: tomo banho, escovo os dentes, faço café, me arrumo, saio para o trabalho e por aí vai. Trabalho muito e a tarde inteira e, vez em quando, eu lembro de agradecer pelo alimento que estou comendo… Estou o dia inteiro num ambiente crente por demais e aí é que está o problema: não faço mais diferença nenhuma ou, pelo menos, não faço nada de tão importante. Chego em casa, lavo louça, arrumo a casa, vejo TV, escuto músicas, leio, escrevo…
Antes de dormir, oro, agradeço a Deus por tudo o que sou, peço perdão, oro pelos meus familiares e pronto.
Acho que não estou fazendo o melhor papel nesse simuladão de vestibular…

“Se a vida na terra oferece muitas opções, a eternidade nos oferece apenas duas: céu ou inferno. Seu relacionamento com Deus na terra, determinará seu relacionamento com Deus na eternidade…”

Outch! Nem preciso dizer que essa foi forte, bem forte. A questão não é que estou sendo uma péssima pessoa aqui. Sou até bacana, o problema mesmo é que eu não faço o melhor que posso para Ele e por Ele… E eu sei disso, admitir isso, creio eu, já é um grande passo. Desde o começo de 2009, estou sentindo que preciso muito fazer mais e mais, o amor dEle é tudo para mim. Deus enviou o único filho para que eu pudesse ter vida e o máximo que posso fazer é “Obrigada, Deus” (?!). Fala sério. E é por isso que, reafirmo, quero/necessito/preciso muito descobrir qual é o propósito de Deus para mim. E para ser sincera… aos poucos já estou sentindo uma mudança de atitude minha e sei que Deus está vendo isso… Coloquei um desejo no meu coração e daqui a algum tempo… todos saberão que a obra dEle está sendo realizada na minha vida.

“Há dois tipos de pessoas: as que dizem ‘Seja feita a Tua vontade’ e aqueles a quem Deus diz ‘Então tudo bem, faça do seu jeito’…” (C.S. Lewis)

Senhor, o que eu mais preciso é isso: Que seja feita a Tua vontade. Que cada ato meu, seja um belo acorde que soará na eternidade! Que eu possa viver para Ti. Mesmo não sabendo como, mas que eu possa sentir a Tua infinita misericórdia e bondade em mim. O Senhor sabe que nas minhas orações sempre peço que NUNCA falte Deus na minha vida. Deus é amor, ele não está no amor ou pode ser encontrado no amor, Ele é amor e pronto… Se eu pedir que o Senhor Deus esteja no meu dia, na minha vida, minha família, no meu lar, no meu casamento… sei que nunca me faltará amor, nunca me faltará nada! 🙂

“É necessário que o assunto de cada dia seja preparar-se para o nosso último dia…”
(Matthew Henry)

Por incrível que pareça, conversei exatamente sobre isso com minha mãe esses dias. Ela dizia que devemos estar preparados sempre, como se fosse nosso último dia. Ela me dizia que as pessoas sempre falam “mais um dia”, quando deveriam falar “menos um”, menos um dia nesse mundo doido… para um futuro com Deus.
Sei o que devo fazer… Devo sempre agradecer por tudo e agradecer por menos um dia nesse mundo e me preparar para dias e-ternos com Deus, o nosso Deus…

Confesso: Esse foi o capítulo mais difícil de encarar até aqui. Porque de duas uma: ou eu era regida pelo materialismo ou pela necessidade de aprovação. A primeira opção eu descartei ao lembrar que, de fato, não acumulo bens, mas sim momentos bons, e isso sempre foi prioridade. Sou uma hedonista, assumo, e sei que isso não deve agradar muito a Deus, visto que procuro milhões de formas de dar prazer a minha “carne” e, sempre que possível, ao meu espírito juntamente (viagens, arte, músicas bonitas…). Mas a segunda opção, buscar a aprovação dos outros, por mais que eu não admita e tente me desvincular dessa imagem, no fundo no fundo eu morro de medo de frustrar as expectativas de algumas pessoas que estão a minha volta e de dar o “enorme prazer de me ver chorar” para outras que não são tão importantes (mas acabam sendo). Isso acaba me desgastando muito, porque não basta ser boa, tem que ser supreende, entende? E é difícil tocar nessa ferida, encarar a minha vida de uma forma mais leve, respeitando o meu ritmo, que é acelerado, mas não o impulsionando ainda mais. Uma hora a gente cai de cama, literalmente. E lembra que nada acontece por acaso.

Ao mesmo tempo eu lembro das palavras do pastor que escreveu o livro naquela apresentação do TED “Deus fica muito feliz quando nós somos nós mesmos. E ele diz ‘essa é a minha menina'”. Isso me toca porque tenho certeza que durante essa minha caminhada no jornalismo Deus deve ter pensando isso algumas vezes, provavelmente nos momentos que eu senti gratidão imensa pelas oportunidades únicas que ele me deu e continua me dando. Porque posso até não ter foco (e esse é um mal que preciso vencer), mas sei-sinto-penso-creio que a escrita é o que tenho de mais especial, e poder aperfeiçoá-la na prática é uma dádiva na minha vida. Outra coisa que me tocou muito foi o versículo “…pelo seu grandioso poder operando em nós (Deus) é capaz de fazer muito mais do que nós jamais ousaríamos pedir ou mesmo imaginar, infinitamente além de nossas mais sublimes orações, anseios, pensamentos ou esperanças” Efésios 3.20. Amém.

Um estilo de vida mais simples é tudo o que eu preciso. 🙂

E para encerrar, não posso esquecer que “Esta é a verdadeira alegria da vida: ser usado por um propósito reconhecido POR VOCÊ MESMO como digno.”

Eu até arriscaria dizer que estou tão temperamental nesses últimos dias que tudo me faz chorar. Mas eu sei que isso seria hipocrisia e falsidade. E eu odeio mentir. Sendo assim, tenho que assumir que ler cada linha desse livro tem feito eu pensar muito no que e em quem estou gastando meu tempo. O que dirige minha vida, afinal?

“Somos produto de nosso passado, mas não temos de ser prisioneiros dele. O propósito de Deus não é restringido pelo seu passado…”
Deus escolhe as coisas loucas desse mundo para confundir os sábios, escolhe as que não são para confundir os que são! Acredito nisso muito, muito, muito!
Desde pequena, fui criada dentro dos costumes da Igreja. Mas aí quando cresci, vi que não bastava estar na Igreja e sim ser a Igreja. Mas como? Logo eu, tão suja e marcada por coisas que, hoje, não gosto nem de falar! Logo eu. Tão simples. Logo eu… tão assim-assim sem graça. Como esquecer o que aconteceu comigo e fazer com que as marcas do passado fossem esquecidas?

“O que passou, passou! Nada poderá mudar o passado. Você apenas machuca a si mesmo com sua amargura…”
Aí eu lembro que Deus é tão bom que nenhum trauma, nenhuma mágoa, nada… poderá me abater e se eu deixar guiar e dirigir minha vida, tudo será mais fácil. Fácil não… será melhor, porque O terei no controle de toda a minha vida. Pois bem, mas a culpa de ‘não poder ter feito a coisa certa, na hora certa’… vez em quando, me persegue. Sempre fui muito insegura, sempre achei que poderia ter feito melhor… Ah, se eu não tivesse feito isso ou aquilo, ou se eu tivesse feito daquele jeito seria melhor. Talvez as coisas não ficariam/seriam assim! Mas eu sei… sei que tudo tem um propósito. Só falta eu descobrir quais os planos dEle para mim.

“O medo é a auto-imposição de um cárcere, que o impedirá de se tornar o que Deus pretende que você seja…”
Quando li isso, lembrei do versículo que diz:

“No amor não há medo antes o perfeito amor lança fora o medo;
porque o medo envolve castigo;
e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor…”
(I João 4:18)

Se DEUS é amor… e eu tenho medo de prosseguir, tenho medo de ser o que Ele quer que eu seja, tem alguma coisa de errado. E vendo o medo que tenho de deixar as coisas acontecerem do jeito dEle, vejo que tudo está absolutamente ligado, como num ciclo insano: “A verdadeira proteção só pode ser achada naquilo que nunca poderão tomar de você – seu relacionamento com Deus”. Até que ponto estou confiando nEle e deixando o Amor agir na minha vida? Até que ponto acho que estou protegida? Se tudo o que mais preciso é me esconder nEle e não atrás de títulos, status, posições e outras coisas bobas que nunca gostei muito. Por isso, preciso sempre lembrar que não, nada desse mundo é verdadeiramente bom para mim e que ninguém poder dar o que realmente preciso.

E aí que vem o soco no estômago final:

“Ser controlado pelas opiniões dos outros é uma forma segura de deixar de lado os propósitos de Deus para a sua vida. Jesus disse: ‘Ninguém pode servir a dois senhores'”.
Cá estou. Tão preocupada em fazer certinho, em ser certinha. Em honrar tudo o que meus pais me ensinaram, em ser a mulher sábia que edifica a casa, em amar e perdoar, em fazer as coisas conforme a sociedade acha correto. Quando esqueço que o mais importante é deixá-lo no controle. Eu preciso e quero melhorar, mas não enquanto em continuar a fazer mil e uma coisas… Preciso deixá-lo no controle de tudo. Não posso ficar com o eterno medo de dizer não ou sim para novas oportunidades; não posso achar que consigo fazer tudo sozinha para todo mundo ficar feliz; não posso achar que posso ser uma mulher-maravilha, mil e uma utilidades; não posso ser controlada pelas opiniões dos outros (sendo os outros pessoas realmente importantes ou não). Tudo por Ele e para Ele. O resto? É resto. E se creio nEle tudo isso virá com o tempo. Mas eu preciso agir, me mover… e é isso que espero conseguir no final desses 40 dias: Preciso ter foco. Preciso usar os dons que DEUS me deu. Não quero chegar daqui a alguns anos e ver que não usei metade do que Deus me deu a favor do reino e da obra dEle. A fé sem obras é morta e eu quero entregar tudo para Deus, para que, assim Deus possa cumprir seus planos na minha vida.

Eu sempre gostei de analisar a vida pelas sincronicidades que “cruzavam o meu caminho”. Era óbvio que aquilo tudo não era por acaso, mas, a questão é, onde eu me encaixo nisso? Deus, em várias etapas da minha vida, ou melhor, nas etapas mais importantes, fez questão de mostrar-se presente de formas extraordinárias, não deixando nunca eu esquecer que Ele é o meu pai e um Deus de amor, mesmo quando eu estava em guerra comigo mesma. Aos olhos externos os fatos que para mim foram marcantes e irrefutavéis milagres, podem parecer quase banais. Mas foram experiência incríveis de fé e fidelidade. Mesmo quando essas duas palavras não faziam parte do meu vocabulário diário.
 
Lembro a pré-adolescência, quando meu pai estava desempregado e eu me sentia péssima na minha própria pele, sendo bolsista do Colégio Adventistas, mas não tendo, óbvio, as mesmas roupas e vida das outras meninas. Eu  queria muito ir no passeio para o Hopi Hari (recém inaugurado), mas não tinha, nem em sonhos, os R$ 40 necessários. Eu lembro que eu oreio, jejuei… e achei R$ 50 no bolso de um casaco da Camila, filha da Neide, num dia que fui trabalhar com a minha mãe. Eu lembro que olhei para a nota e senti uma esperança incrível de que “ela pudesse me salvar”. Dei para minha mãe, que deu para a Camila, que ficou feliz e só. Eu não ganhei nada por ter sido honesta. E faltava poucos dias para o passeio, que aconteceu sem mim, que chorei chorei, chorei e chorei… No outro dia, não tinha a menor vontade de ir para o colégio, mas hora ou outra teria de encarar os comentários sobre o “fantástico passeio”, que, fui saber durante as aulas, nem foi assim tão bacana, porque choveu, choveu muuuito a tarde. O temporal inesperado garantiu para TODOS os alunos do colégio uma ida gratuita ao Parque, em um LINDO dia de sol. Quando eu ouvi o anúncio feito pela diretora, fiquei absolutamente comovida, porque eu sabia que aquele era um presente do meu Pai e que eu ainda poderia compartilhá-lo com todas as minhas amigas, inclusive as que, como eu, não tinham dinheiro (até hoje eu me emociono ao lembrar disso).
 
Mas onde Ele, que sempre esteve comigo, quer que eu esteja? É essa a questão que fica na minha cabeça quando termino o capítulo. Eu sei que não fui um acidente, mesmo meus pais não tendo me planejado, mesmo eu tendo chegado pelo menos duas semanas antes do previsto pelos médicos, mesmo com todas dificuldades que eles (e principalmente ela, a mama) encarou por conta da minha presença. E por isso mesmo não quero que a minha vida seja tão sem sentido, pouco sentida, entende?

“Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença.
E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?
Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus…”
(João 9:1-3)

Desde sempre, essa passagem da bíblia me toca! Quando Jesus fala que ninguém havia pecado naquela situação, vejo que nada mesmo acontece por acaso. Foi exatamente isso que pensei quando comecei a ler o capítulo “Você não é um acidente”, mas quem me garantia isso? Deus me garante isso a cada dia e já passei por tanta coisa que fica até difícil imaginar como a obra dEle pode se manifestar em mim.

“Não, aquele trauma que você enfrentou não foi fácil.
E Deus chorou por aquilo o ter machucado tanto;
mas foi permitido para moldar seu coração
para que você crescesse à sua imagem.”
(“Uma vida com propósitos” – Poema de Russel Kelfer – pág.25)

Como, então, não entender que eu não sou acidente? Como não chorar ao ver que Deus me ama tanto que tudo o que acontece na minha vida foi escrito por Ele? Estar com Ele, ao lado dEle é ver que eu sou amada, que nada do que me aconteceu foi um mero acaso. Deus sabe de tudo, Ele sabe minhas fraquezas e não vai me dar nada a mais ou a menos do que eu preciso e do que eu posso e devo aguentar… E Ele tem uma obra grande na minha vida e na vida de todos nós… Ele criou cada detalhezinho meu e me conhece muito antes de eu nascer, oras! Não fui eu quem o escolheu e sim Ele que me escolheu…
E Ele diz com carinho para todos nós: “Eu sou seu criador. Você estava sob os meus cuidados antes de nascer.”

E eu nasci exatamente do jeito que Ele quis para mim, porque fui desenhada pelas mãos do meu criador. Literalmente. Posso ser feia e gorda aos olhos dos outros, posso ser chata, posso ser sem graça, mas para Ele eu sou cheia de graça, sou linda. Mas não é isso que os meus olhos e meu coração sempre sentem. Às vezes, me sinto feia, estranha, fraca, insegura. Gorda de menos, branqüela demais, cabelos muito armados, cabelo estranho e afins. Tenho medo de prosseguir, tenho medo de não superar obstáculos e sei que fui feita de forma exclusiva por Ele e para Ele, mas é difícil lembrar disso todos os dias. Aos olhos dEle, sou uma obra prima.
E pensando bem, se eu quero entregar minha vida e meus dias para o Pai, preciso me desprender dessa insegurança. Lembrar que sou abençoada, porque o milagre dEle na minha vida é diário, que tudo que sou e tenho veio de Deus… E descobrir nessa longa jornada (que vai além dos 40 dias lendo o livro), chamada vida… quais os planos dEle para mim.

Eu ainda lembro daquela noite de temporal, na estrada, entre o Rio de Janeiro e Angra dos Reis, não era possível avistar quase nada, só os caminhões que passavam a toda velocidade ao lado do carro em que eu e a fotógrafa estávamos. Não havia mais diálogos, nem a música do rádio, era só a nossa respiração tensa. As curvas começaram e a chuva não parou.

Antes de sair de Búzios, já sabendo o que nos esperava, pedi para aquelas que sempre intercendem por mim, que o fizessem. Eu não fiz. Porque eu e Deus há muito tempo não tínhamos um diálogo sincero. Não que meu coração não fosse grato pelos dias de sol em paraísos naturais que ele havia me proporcionado, mas eu tinha um nó na garganta que me impedia de dizer muito mais do que “Obrigada, muito obrigada”.

Mas naquela noite, a cada mínima derrapada do carro, eu lembrava de tudo o que não tinha dito e vivido, e meus olhos se enxiam de lágrimas. Com o coração apertado fechei os meus olhos e pedi com toda a minha fé que Ele me permitisse viver os planos que tinha para minha vida. Naquele momento não importava mais apenas terminar a viagem, mas sim, começar ou re-começar a obra que Ele tinha para mim. E foram exatamente essas palavras que eu repiti durante alguns minutos. E foram essas palavras que antecederam mais um milagre dEle na minha vida.

Quando eu abri os olhos a pista estava seca, os caminhões haviam sumido e não caia mais uma gota d’água do céu. Deus havia ouvido o meu clamor e, mais uma vez, me dava uma chance de viver os seus sonhos. Ali eu tive a certeza de que Ele tinha um propósito para a minha vida. E é por isso que eu fui atrás desse livro. E é por isso que eu quero compartilhar com você essa experiência e reflexão.

“Todas as coisas foram criadas nele e nele encontram propósito.” Colossenses 1.16

“Afinal de contas,  por que motivo estou aqui?”

“Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.”
(Colossenses 1:16)

Sei que tudo foi feito para Deus e por Deus. É fácil acreditar nisso quando se é criada dessa forma. Quando se nasce em berço evangélico, tudo parece que vem naturalmente. Pelo menos, é isso o que muita gente pensa: “Nossa, que maravilha… desde pequena louvando, servindo a Deus”. E é mesmo, não posso ser hipócrita. Mas ninguém vive numa bolha, niniguém se trancafia o tempo inteiro na igreja… Amigos, colegas, professores, familiares, amores e afins insistem em nos mostrar que a vida é mais, que podemos fazer tudo o que quisermos. Mas para que viver nesse mundo enorme, fazer tudo o que quero? Para quem? Por quem? Por quê?

E nesse mundo que vivemos é muito ‘difícil’ se anular para cumprir a vontade do outro, todo mundo quer seguir o seu coração, mas esquecemos que a Palavra de Deus nos diz que o coração do homem é enganoso. E então… o que fazer para conseguir viver os planos de Deus? Para se preparar e aceitar os propósitos que Ele tem para mim, para você e para todos nós? A grande sacada é deixar TUDO nas mãos dEle, cara. É colocar em prática o que diz a Palavra de Deus, entregar o caminho ao Senhor, confiar nEle e o mais Ele fará.

Sei que Ele tem um propósito para mim, sei que por muitas e muitas vezes fiz o que não era agradável perante os olhos dEle; por vezes, menti e fiz tudo aquilo que sabia que não poderia e deveria fazer. Mas, assim como o Rei Davi no salmo 51, minha oração sincera e sentida era assim:

“Deus, eu pequei muito. Muito mesmo e o Senhor sabe disso. Sabe de todos os meus erros, eu fiz o que era mau aos Teus olhos… Mas te peço, Pai: não retires de mim o Teu Santo Espírito…”.

Difícil admitir os erros. Difícil se anular. Difícil lembrar que a vontade dEle não é sempre a nossa vontade.
Mas aí é que temos que lembrar que os planos dEle são melhores e maiores do que nós!
Compartilhar com todos vocês essa jornada de 40 dias será uma bênção… um alívio e um prazer! Um presentão de Deus.

Como lembrar que a vida é para ser vivida para Deus e não para mim?
Deixando Ele tomar o controle de TUDO. Não será fácil… Mas ninguém disse que seria, não é? Ninguém disse que seria um mar de rosas e que não teríamos problemas.

“Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.”
(João 16:33)

Deus abençoe!

“A expectativa média de vida nos dias de hoje é de 25 550 dias. Esta deverá ser a duração de sua vida se você for uma pessoa típica. Você não concorda que seria sábio reservar 40 desses dias, a fim de compreender o que Deus quer que você faça com o resto deles?”
(Uma vida com propósitos, pág. 9)

Nós sim. E queremos compartilhar com você essa experiência.

Para saber mais, veja:


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  • Juliana Barduchi: Lindo! Muito abençoador! . ... Meu maior desejo é abandonar minhas “grandes idéias” e saídas, minhas próprias soluções. Para SEMPRE Caminh
  • Sara: Fazer com que o prazer dEle esteja na frente do nosso, é complicado... Mas não impossível, como estamos provando para nós mesmas diariamente! Bjs
  • Sara: Eu entendo, Nathalie! E espero que tanto eu, quanto você e todos os leitores desse blog possam fazer DEUS sorrir com nossos atos. ;) Beijos.

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